Casas Bahia (BHIA3) está terminando o terceiro trimestre com expectativas de recuperação nas vendas em lojas físicas, com um crescimento de 5,5% acima da inflação anual. No entanto, essas perspectivas dependem de um aumento na concessão de crédito, o que pode acarretar riscos financeiros para a empresa.
A Casas Bahia ainda não possua um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) operacional, o que a faz bancar integralmente o risco de crédito, com uma taxa pré-fixada de 17,7% ao ano, acima da taxa Selic.
O aumento na carteira de crédito irá impactar o balanço da empresa no trimestre, com um crescimento da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e pressionando a margem líquida com maiores despesas financeiras.
Ainda que a inadimplência esteja controlada, entre 8,5% e 9,0%, os analistas identificam um risco de que uma piora econômica aumente a inadimplência e reduza a rentabilidade futura da empresa.
A Casas Bahia, que está em recuperação extrajudicial, possuì carência de juros em suas dívidas por dois anos, mas mesmo assim contabiliza esses juros na linha de despesas financeiras, causando um impacto negativo estimado de R$ 699 milhões.